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“Espécie é conhecida como flor-cadáver por exalar cheiro de carne podre.”
O agricultor e engenheiro agrônomo Paulo Eduardo Cerri fez vingar no seu sítio em Batatais, uma das espécies de flores mais raras (e estranhas) do mundo, mesmo estando a 16 mil quilômetros de distância e em condições climáticas muito diferentes do habitat natural dela.
Paulo conta que ganhou as sementes da Amorphophallus titanum de um amigo que mora nos Estados Unidos há dez anos e plantou em cinco caixas d´água no sítio de Batatais. A maior dificuldade foi driblar a diferença climática. “Aqui no período seco e frio do ano as folhas secam e a planta entra em dormência, fica só o bulbo debaixo da terra mas rebrota quando esquenta”, explica o colecionador que também é agricultor e engenheiro agrônomo. Ele credita o sucesso da planta aos cuidados que teve com o solo. “O clima externo não consigo controlar mas o solo está bem servido, é esterilizado e umidificado”, completa. Das cinco sementes, três brotaram e uma floresceu esse fim de semana.
A planta levava de 10 a 14 anos para primeira floração, mas por não estar no ambiente natural , Paulo temia que isso nunca acontecesse.
Mas o espetáculo visual da floração vem acompanhado de um desagradável efeito colateral. A Amorphophallus titanum emite cheiro de carne podre! “A polinização dela é feita por moscas varejeiras que são atraídas pelo mau cheiro. Por isso mesmo ela também é conhecida por Flor-cadáver”, e seu fedor pode ser sentido de longe.
O desabrochar mau cheiroso dura pouco. Em três dias a flor se fecha e só reabre em dois ou três anos.
Paulo está na expectativa pela abertura de uma segunda flor gigante que deve acontecer nas próximas semanas. “Vai ser meu segundo presente de natal”, diz o colecionador apaixonado pela diversidade do reino vegetal.